"naquele pique-nique de burguesas,
houve uma coisa simplesmente bela,
e que, sem ter história nem grandezas,
em todo o caso dava uma aguarela.
.
foi quando tu, descendo do burrico,
foste colher, sem imposturas tolas,
a um granzoal azul de grão-de-bico
um ramalhete rubro de papoulas.
.
pouco depois, em cima duns penhascos,
nós acampámos, inda o sol se via;
e houve talhadas de melão, damascos,
e pão-de-ló molhado em malvasia.
.
mas, todo púrpuro a sair da renda
dos teus dois seios como duas rolas,
era o supremo encanto da merenda
o ramalhete rubro das papoulas!"
.
cesário verde
16 comentários:
Com paipolas vermelhas, conheço eu uma história também
essa ouve-se de esguelhas, pois o seu fim é do além.
"Atirem-me as telhas", diz o Müller em cima do telhado
"As pretas ou as vermelhas?", pergunta o filho...em suor tolhado
Com camisolas vermelhas, correm eles doidos e orgulhosos
Como se fossem abelhas, nos seus tempos ociosos.
Nesta "tríade vermelha e poética", Joaquim Pires mostra toda a sua amargura, raiva e inteligência para com Mandarim Gurugo (este e Joaquim foram a "dupla de sucesso" na poesia do Séc. XIX. Devido a duas paixões assolapadas pela mesma mulher, as suas carreiras seguiram separadas).
Paixão, amor, ócio, sexo (no 1.º), família, reconstrução, trabalho (no 2.º), organização, futebol e ferroadas (no 3.º), são o exemplo máximo da variedade e interligação da obra poética de Joaquim Pires. E tudo isto interligado pelo palavra "vermelhas". Sublime!Original!Estranho!Provocante! Joaquim Pires é assim. Como quem diz ao seu antigo colega: levaste-a, mas a escrita sem nexo e muito pior que a tua, ficou"
É curioso que mencione esses versos, meu caro. Marília Serrão na sua "História da Poética Portuguese, 1850-1920", defende a tese segundo a qual Mandarim Gurugo terá composto o seguinte texto em resposta (irada) à 2a composição de Joaquim Pires:
"A müller da cooperativa
deu dois coices no telhado
ó és tão linda
por causa do josé da adega
não saber cantar o fado
ó és tão linda"
No qual não apenas se denuncia o ridículo, na óptica de Mandarim, das referências contidas no poema de Pires, como ainda se evocam as questões amorosas que os separaram. Há quem leia ainda uma crítica mal velada à fama de bebedolas que Joaquim adquirira nos meios intelectuais lisboetas por finais de novecentos.
Uma questiúncula fascinante da nossa literatura, este feudo entre Mandarim e Pires...
Peço desculpa de me intrometer assim entre tão elevados pensadores da nossa literatura, mas julgo poder ainda aduzir alguma informação. É que a obra de Marília Serrão não deve aqui ser tida como inquestionável. Com efeito, segundo uma interpretação recente, Marília Serrão é precisamente a mulher que Mandarim e Pires disputavam, o que é denunciado pelo soneto de Pires "A Gorda das Telhas", que aqui transcrevo.
«Numa noite de luar
ao som de flautas velhas
Quero as banhas alcançar
Nem que sejam de comer paelhas.
Há-as de todas as cores, as paelhas
Com sabor a camomila ou a tília
Mas quem come que nem abelhas
É a gorda da Marília.
A minha amada escreve em telhas
pois o papel está um dinheirão
e a gordura unta as grelhas
Mas não há outro mulherão
Seja balhelhas ou tenha telhas
Como a Marília Serrão».
Ora, no meu entender, esta ligação afectiva retira qualquer credibilidade científica à autora, já que é óbvia a sua preferência por Pires, com quem vivia um ardente romance.
De facto, esta recente interpretação é feita por João Trindade, que é nada mais nada menos que bisneto de Raquel Trindade. Quem foi Raquel Trindade? Raquel era amante de Marília Serrão e nunca suportou a ambivalente escolha sexual de Marília (como os colchões: de inverno um lado, de verão o outro). Vai daí, Raquel lançou uma terrível campanha de difamação contra Joaquim Pires (pensando ser ele o amante de Marília. Veja-se o poema-resposta que Joaquim Pires escreveu na edição de Fevereiro de 1857, do almanaque Borda d'água. Nota-se perfeitamente a faceta Bocage, embora às vezes com um certo requinte
"Em Fevereiro quero plantar alhos
para assim poder encher a boca da Trindade
"Vai às Caldas buscar loiça", disseram-lhe os Carvalhos
Disse-lhe eu: "Na volta traz mais amizade"
O Borda diz-me que "em Fevereiro alhos não".
Pois então que merda planto?
Talvez uma grande bananeira,
para a Raquel brincar debaixo do manto
Tens razão, não conhecia as relações de parentesco. Agora consigo perceber muito melhor a lamentação de Pires publicada no folhetim de promoção da lexívia Javisol em 1861.
"Porquê?
Porque é que ela me obriga
a vestir a saia da Trindade
Como se eu fosse uma lombriga?
Porque é que ela quer
que eu ponha a cabeleira da Raquel
e me vista de mulher?"
Só fiquei com uma dúvida, eradumvelhinho: porquê a referência à Louça das Caldas no meio do delírio poético antitético temperado com a metáfora da agricultura?
Talvez eu possa responder a essa questão, caríssimo AP. Confesso que nunca me ocorrera relacionar esta discussão com o poema de Mandarim que a seguir transcrevo, mas as vossas propostas têm aberto novos horizontes na interpretação da vida e obra destas duas figuras cimeiras da nossa poesia nacional. Repare-se no seguinte texto, que Mandarim fez publicar na TV Guia de 23 de Maio de 1857:
"Chamavas-me sempre ausente
Dizias que eu era baldas
Mas quando querias um presente
Lá ia eu direito às Caldas.
Em cima de uma azinheira
Havia um lindo azevinho
Seu eu soubesse como eras azeiteira
Teria mandado vir mais vinho.
Não quero devolvida
A loiça se dela gostares
Que te faça feliz da vida
Mais aos teus familiares."
É sobejamente sabido que este poema marca o fim de um romance que Mandarim manteve durante apenas cinco meses com Amélia Carvalho, dos Carvalhos da Sertã empreiteiros de obras públicas junto da Casa Real. Ainda que muito bonita e com uns lindos caracóis ruivos, diz-se (e depreende-se do poema) que Amélia tinha uma personalidade dominadora e um feitio lixado que colidiram com a grande alma do poeta e impossibilitaram a sua relação.
Parece-me portanto, e aqui reside a novidade analítica proveniente desta nossa discussão, que Pires recupera no seu poema "Em Fevereiro quero plantar alhos" este tema da vida pessoal de Mandarim, porventura com o intuito de escarnecer publicamente do seu amor mal-fadado com Amélia e das humilhações a que se sujeitou para lhe agradar. Estou em crer que a referência às Caldas e aos Carvalhos teria sido imediatamente reconhecida por um leitor da época que seguisse atentamente as carreiras de Pires e Mandarim, mas esse poder evocativo ter-se-á perdido no presente.
Antes de mais, um grande bem haja a Herlindo Cardoso por nos permitir discutir, tão apaixonadamente, a poesia portuguesa do séc. XIX no seu blog.
Gostaria de focalizar a minha resposta na dúvida colocada por Arlindo Pascoais.
A referência à loiça das Caldas é, só por si, a excelência e genialidade da poesia medíocre de JP. Sendo ele um brejeiro, querendo uma palavra para rimar com alhos, JP manda um claro recado a Raquel: "Podia acabar o poema aqui, mas levas ainda com mais uma quadra". De facto, ele fez mais que isso. Ao reconhecer que os Carvalhos conheciam perfeitamente a reputação de Raquel, ele adia este mesmo vexame. Poderia ter escrito: "Vai às Caldas buscar loiça e podeis trazer muitos ***alhos". Mas não. Espera, introduz o tema "Carvalhos da Sertã, tentar calá-los foi tentativa vã" e prolonga o poema por mais uma quadra, onde diz tudo sem admitir nada(fala da grande bananeira mas não fala das bananas).Os leitores informados do almanaque Borda d'água, sabiam perfeitamente que Raquel só poderia brincar (debaixo do manto) com o fruto e não com a planta. Sublime.
É o que se chama em poesia: poemas de escarnecer sem efectivamente escrever.
Sua Alteza, D. Eradumvelhinho da Silva e Sepúlveda,
Mais uma vez agradeço a sapiência com que nos brinda na leitura e análise da literatura pátria do século XIX, a qual só é acompanhada em brilhantismo pelas soberbas intervenções de Herlindo Cardoso.
Dos parcos conhecimentos que possuo sobre tão apaixonante tema, avulta contudo uma informação que, escondida durante muitos anos, permite ainda conhecer alguma da história dos poetas em causa.
Trata-se das cartas de amor enviadas a Marília Serrão, confirmadoras da ambivalência sexual da autora de que nos falava D. Eradumvelhinho Sepúlveda.
Aqui deixo uma das mais expressivas.
"Marília,
Cada vez que te vejo,
gorda e balofa como as baleias, brilhante e cebosa, eu desejo,
eu quero, eu anseio tirar-te as teias.
A outra galdéria vulgar
deixou-tas intocadas
Falta de jeito a entrar
ou necessidade de umas sticadas?
Assim deixo o meu pedido
para te deixes possuir
vais sentir-me todo despido
Vou-te fazer... rir."
É pois compreensível a dúvida de Marília, já que a opção entre os inquestionáveis dotes poéticos de Pires e a racionalidade de Raquel criavam na autora um espírito de incerteza incessante, explicando-se a tendência, expressa em toda a sua obra, de uma inconstância exaltada, própria de uma adolescente que ansiava a experimentação da vida, talqualmente uma poetisa embriagada.
Tenho seguido com atenção este profícuo debate, e não resisto a dar uma achega, uma apalpadela, até.
Aurículo Badagaio, como alguns de vós sabeis, foi um ilsutre psiquiatra comtemporâneo de Mandarim Gurugo, de quem, aliás, era amigo. Era discipulo de Presunto Fernandes, da Escola de Recardães, e como tal interessou-se muito pelo estudo do que designava por "putedo pegado" em algumas das maiores obras literárias do seu tempo. A sua obra é vasta, e seria fastidioso fazer uma análise exaustiva, mas é inquestionável o valor da abordagem psicodinâmica do espólio de Mandarim. Numa missiva a seu grande amigo e confidente Ramalho Simões, um proxeneta seu amigo de escola, Mandarim é claro quando a certo ponto diz "afiancio-te, meu caro, que ainda racho a cabeça às duas com um cacete que ficam todas paridas". Naturalmente que "cacete" tem uma conotação sexual evidente, denotando uma fase anal incompletamente resolvida, a par de uma fragilidade egóica que se traduz em fracos mecanismos de defesa. Face à pujança libidinal de Amélia, e mais tarde de raquel, Mandarim recorre á agressividade típica de estados sub-edipianos precoces para lidar com a angústia que lhe causava o que noutra carta a ramalho descrevia como "aquelas mamas bestiais, não sei que lhes faça", e que eradumvelhinho brilhantemente analisou num ensaio publicado no jornal de parede da paróquia de
Kleineblaupunkfverbaiten em 1985.
Muito mais se poderia dizer de esta e outras obras fascinantes estudadas pelo espírito fascinante de Aurículo Badagaio.
Continuem o bom trabalho.
Um grande bem-haja
Meu caro, agradeço as suas achegas, os seus encontroões. Estou em crer, pelo discurso que nos apresenta, que por trás de "Homem Estupendo" se esconde Terêncio Santinho, discípulo júnior de Eradumvelhinho Sepúlveda que nem sequer chegou a acabar o Mestrado. Estou certo? Recordo-me da comunicação que fez no congresso da Coudelaria de Alter do Chão há uns anos atrás, na qual defendia a "abordagem psicodinâmica" do movimento do pulso de Filipa Vácondeus na cozinha. Discordei da sua proposta na altura, como se lembrará, com o argumento de que as grandes almas deste mundo, como sejam Filipa Vácondeus e no nosso caso Mandarim e Pires, fazem o que têm a fazer e dizem o que têm a dizer sem constrangimentos. Pelo que uma análise psiconalítica da sua obra se revela desnecessária. Recordo, para o caso, duas citações de Mandarim e Pires respectivamente que bem atestam da sua falta de pruridos sociais:
"F***-se, vão-sa f****, se eu soubesse que ia ser assim não tinha vindo! P*** que vos pariu a todos!" Mandarim, 5 de Janeiro de 1878 durante a homenagem que lhe foi movida pelo Parlamento Albanês.
"Minha senhora, tenha por certa a minha grande atracção física por si, que a grande custo me abstenho de demonstrar em frente aos seus 6000 vassalos aqui presentes mas que terei todo o prazer em libertar caso me procure esta noite no meu quarto, na ala oeste deste palácio." Pires, 8 de Março de 1865, durante um discurso público no Palácio Real de Ponta Delgada na presença de Sua Alteza Real a Rainha de São Miguel.
Por certo que o ilustre Herlindo Cardoso, julgando-me Terêncio Santinho, se equivoca redondamente, da mesma forma que se equivocou acerca do género de uma senhora que certa vez convidou para os seus aposentos, aquando do XXXIIVXL congresso de línguas alternativas, no Monsanto, em 77. Quem lhe dirige esta missiva é o próprio Presunto Fernandes. Permita-me obliviar a sua estupfação: a minha ausência do panorama intelectual deveu-se ao célebre incidente com a Viscondessa de Salreu no decurso da minha investigação sobre o evitamento da fase oral na melancolia feminina.
Todavia, a sua intervenção, fértil em imprecisões históricas e interpretações míopes, impõem-me dois breves comentários:
1-Mandarim e Pires eram dois ébrios incorrigíveis, bem conhecidos nos botequins por traçarem o seu sumo de manga com creolina, e sendo famosos os seus impropérios inspirados na alcool
2- Vexa citou Pires de forma incompleta. No seguimento desta afirmação, a raínha, nascida e criada nos paço real, não longe da doca das varinas, exclamou: "Anda cá esfregar-me a pachaleca, a ver se és homem!", ao que Pires respondeu abandonando a sala balbuciando um "f**ga-se".
No meu entender, a minha réplica é suficiente para expôr a problemática de Pires e Mandarim e a sua profunda inconsistência psicológica.
Caros discutentes,
Folgo em saber que a acesa discussão sobre a literatura portuguesa do século XIX teve já reflexos em autores do mais elevado gabarito, como Terêncio Santinho.
Gostaria apenas de colocar uma questão ao autor recém chegado, uma vez que, com certeza por distracção ou incapacidade intelectual, deixei passar um pormenor de elevadíssima importância: quem era Amélia?
Não estará o meu interlocutor com certeza a referir-se à criada de Marília, Amélia Caramelizada, famosa por, de tanto ódio que tinha a Raquel, interromper as fogosas noites que as duas passavam ao arrepio de Pires.
A própria Amélia relata uma das suas experiências no manual técnico dos ferros a vapor Singer, de 1863.
"Estavam doidas, as histéricas
Berravam que nem porcas
Parecia vacas asténicas
com tetas minorcas.
Cheguei de mansinho
Com uma caixa de carochas
Levantei o lençolinho
A bicharada entrou nas pachochas"
Há a notar a onomatopeia "pachochas", claramente tradutora do ruído que as alegadas galdérias produziam na sua profusão sexual.
Note-se que a poetisa podia ter utilizado expressões similares como "vaginochas", mantendo a rima, mas atendeu ao significante de "pachochas" aumentando de sobremaneira a expressividade do poema.
Agradeço a questão assaz pertinente colocada por AP. Mas antes de me dirigir ao seu âmago - da dita questão, bem entendido - permita-me que corrija um lapso importante. Quem se vos dirige é próprio Prof Presunto Fernandes. O prof Herlindo Cardoso, não sem intencionalidade, que desde já repudio com veemência, pretendeu confundir a minha pessoa com esse traste vil do Sr. Santinho, que de forma torpe me caluniou junto do Visconde de Salreu e que ditou o meu isolamento na comunidade científica até à publicação do seu pedido de desculpas na edição de domingo de "A Bola" de 16 de Novembro de 1980.
A questão que levanta é pertinente. Contudo, a dúvida apenas subsiste se não tiver em conta, meu caro, um aspecto óbvio: a expressão "pachochas" não foi utilizada como mero artifício onomatopeico. Pelo contrário, existe, na realidade de Amélia, que tão bem soube ilustrar com uma das suas peças mais representativas, uma intenção verdadeiramente substantiva. Por "Pachochas" deve ler-se "galochas", um termo pleno de conotação sexual. Amélia, como os outros intervenientes que temos vindo a analisar, evitava, por um lado, referências explícitas à sexualidade, mas por outro criticava duramente a promiscuidade evidente entre eles. Vaginas escuras, pouco asseadas e com elevado grau de humidade resultante do uso excessivo: "galochas".
Verdadeiramente notável, a elaboração simbólica desta mulher, que nunca chegou a ver o seu mérito reconhecido por força da fama da sua patroa, Marilia.
Dr. Presunto, não me passa despercebida toda a agressividade contida que transparece nas suas referências à minha pessoa. Recorda-se concerteza do artigo que o próprio Dr. Presunto compôs no qual propõe uma leitura crítica d'O Jardim da Celeste "sob o ponto de vista da agressão latente e suberjacente [SIC] à recolha das mamélias [SIC] pelo pequeno coelhinho felepoudo [SIC] e saltitante acuando [SIC] da chegada do avô à casinha corderrósa [SIC]" (p.45). Se me é permitido um aparte, um traste de primeira apanha.
A sua alusão à entourage familiar de Marília é efectivamente conveniente para nos distrair de um ponto central a esta discussão. Sendo o Dr. Presunto um celebrado crítico e historiador da poética portuguesa do século mais-que-transacto, como se explica que as suas citações de Pires e Mandarim se cinjam aos seus ditos vernáculos e epistolares? E nem um versozinho, nem um sequer, assim pequenininho e singelozinho? Nem um versozinho que seja para apoiar as suas propostas? Hã? Como assim nem um pequenininininho? Hum?
Mais um poema para discussão.
"Óh minha grande donzela
para onde vais hoje à noite?
Não queres fussar como uma gazela?
Ou o Gurugo foi a ti? Foi-te?
Mexe lá essa porcaria de comida
mas não deixes que fique com grumos
Olha que já estou atrasado para a movida
Já que não queres, vou-me sem mais aprumos
Já voltei do fussanço e tu ainda roncas
Venho com elas bem vazias, olha apalpa lá!
Mas, ainda consigo brincar com a tua Pocahontas.
Mas diz-me só: na cama ou no sofá?"
A chamada "Tríade do sexo verpertino e a terminar na madrugada" de Joaquim Pires, a misturar tão bem o sexo com regionalismos Açorianos (e como tal, desconhecidos dos nossos leitores). Fussar ou fussanço, são de uma riqueza extrema (os grumos, são já conhecidos). Não há donzela que não goste de ouvir ao seu ouvido, um fussanço bem pronunciado. A carregar bem no u, a prolongar o duplo s e fazendo a ligação com o ç. E a piscadela de JP ao público infantil? Está mais que provado que o seu público alvo era as crianças e os jovens.
Este poema saiu originalmente na revista Bravo de Março de 1945 (com poster central de Rita Hayworth)
Com essa é que nos calou a todos, Dr. Sepúlveda. Não há quem entenda regionalismos Açorianos. Por muito que busque em todos os dicionários etimológicos da minha vasta biblioteca e as dos meus comparsas intelectuais, não dou com a definição de "Pocahontas"...
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