4.11.08

Índia latente

tenho vindo a reparar que na suecada da memória não é preciso muito para a cartada indiana se arvorar em trunfo e cortar o jogo. basta uma cantiga do fausto, um vento gelado, a profissão que por sorte me calhou, a lombada de um livro, uma ambição, um acorde de sarod - e lá parto num arrebatamento de regresso à índia poeirenta e fétida, a caminho da índia doce. hoje deu-me com força a desgraçada. e sem meios de lá voltar nem contagem decrescente, não é o melhor que me podia acontecer.

4 comentários:

AP disse...

Inda agora chegastessssssss e ja queresssss partir????

H. Cardoso disse...

Não não, que eu estou cá muito bem. Só me faz alguma confusão de repente ver-me sem perspectivas de lá voltar.

eradumvelhinho disse...

Herlindo Herlindo. Já dizia o povão:

"Sem dinheiro da ciência, a Índia mais longe está
Mas com alguma sapiência, com certeza lá irei beber um chá.
Sem o crioulo e outros quejandos, apagou-se a chama ardente da alma.
Lá, espera-me a Isguajabah ao som de banjos, enquanto a mão esquerda trata da... mala"

Lá voltará. Melhor que um monstro, são os filhos do monstro. Nunca acabam!

H. Cardoso disse...

Não há quem chegue aos calcanhares do povão, em sabedoria e em métrica poética. Venham pois os mostrenguinhos, que eu não tenho medo deles!